Poéticas do vazio: A criação cênica em trânsito

Resumo

O presente trabalho surgiu a partir de indagações quando participei das discussões no Grupo de Trabalho Territórios e Fronteiras da Cena da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas – ABRACE, em seu IX Congresso em 2016, bem como de minhas práxis como estudante das Artes Cênicas, docente em formação e integrante de um projeto de Iniciação Científica que investiga o aquecimento vocal/corporal. Tomando como base aportes teóricos nas áreas da Arte, Sociologia e Filosofia, é percebido que em nossa formação, afetiva e profissional, fomos acostumados, de certo modo, a pensar, a perceber e a nos identificar de forma fragmentada. Neste sentido, pensamos de uma maneira fragmentada, ou seja, separamos algo que deveria ser uma unidade, isolando suas partes. Na contramão desse sistema, a abordagem na qual denomino de poética(s) do vazio propõe-se o desenvolvimento de dispositivos de rupturas de fronteiras, isto é, a quebra de limites isoladores, tornando fronteiras de ligação, de trânsito. A partir desse princípio, procura-se verificar como o processo de subjetivação está atrelado aos procedimentos do sistema educacional. Busco também pensar como esse espaço de trânsito pode ser um dispositivo pedagógico para o ensino de artes da cena.