Po-éticas de [re]existência – práticas feministas
Keywords:
póeticas de resistência, práticas feministas, necropolítica, communitasAbstract
Este texto espelha as questões tratadas na mesa “Artes Presenciais e Resistência”, em que abordei práticas artísticas que investigam processos históricos de violação, apagamento e silenciamento de corpos dissidentes, bem como aquelas práticas que constroem poéticas e políticas da cena que sejam contra hegemônicas. Buscando responder questões como: “por que tratar de Antígona no Brasil de hoje?” ou “O que há de candente neste mito grego tão antigo que se atualiza em nossa sociedade?” trouxe à tona a figura emblemática de Antígona – símbolo do embate entre o indivíduo e o Estado – para pensar trabalhos em que a arte atua como dispositivo que opera com a memória e que, como algo que persiste em “não esquecer”, pode, para além da tarefa de denunciar, sugerir “formas de restauração simbólica”. Para tratar dessas questões, foi necessário buscar o seu móvel menos no aspecto sagrado que atravessa o mito e nos concentrar na alegoria de uma busca – uma jornada, uma saga, um ato, um grito – por justiça que, em trabalhos como Antônia ou Chorar os Filhos, a evocação à figura de Antígona encarna.References
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