ARTE NACIONAL OU EXPORTADA?

Autores

  • João Francisco da Rosa Labriola ESAP

Resumo

Em 2022, no centenário da Semana de Arte Moderna e  bicentenário da Independência do Brasil, o mundo nos perguntou o que faríamos, qual a importância de tais datas para a instituição chamada “País Brasil”. Se, de um lado, tínhamos que lidar com o constrangimento de um então governo que nos tirou o MinC e organizava a “tour do coração de Don Pedro II”, por outro lado, os artistas brasileiros propunham claramente um outro modelo de pensamento e ação. Morando em Portugal desde 2020, vi batalhas transatlânticas sendo travadas em resposta ao que ocorria no Brasil. Aqui, não só a colónia brasileira fez-se ouvir nas urnas, mas nos festivais de teatro e cinema, nas galerias de arte, na Copa do Mundo, nos maracatus e nos forrós que se espalham por terras estrangeiras. Como artista imigrante, reflito sobre o papel, que inesperadamente me coube, de porta-voz de questões não claras de uma nação em conflito consigo mesma e na escrita de sua história. Estando distante do espaço físico chamado Brasil, novas modalidades de pertencimento se fazem notar, mais sutis, porém que exigem destreza na ocupação dos espaços. Uma reflexão inicial a respeito do significado de exportar a cultura de um país que ainda não tem políticas duradouras de preservação e fomento à cultura. Sua história, mitologia e arte necessitam ser tratadas como questão de prioridade para que o Brasil possa existir de maneira plena, fundindo o Brasil Real e o Brasil Oficial.

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Publicado

07-06-2023

Edição

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Textos Completos