O Corpo como Território Relacional

Resumo

O presente artigo tem por objetivo partilhar uma experiência poética em performance, tendo como metodologia de criação teórico-prática a pesquisa performativa (HASEMAN, 2015). A investigação parte dos conceitos de território e de modos de existência a fim de ampliar as relações possíveis dos corpos humanos em direção a outras vidas mais-que-humanas. Esse pensamento, por tender a abolir as binaridades intrínsecas à divisão clássica entre corpo e meio, articula-se com os estudos de corpomídia de Katz; Greiner (2001). E, no sentido de incluir o campo artístico nesse debate, partilha da compreensão da arte enquanto jeito, a qual se distancia da visão tradicional dos processos artísticos que visam a obra como resultado principal apartada do campo das relações que a compõem (MANNING, 2018), concepção essa que reiterou cânones artísticos ligados à história ocidental colonial. A criação poética denominada “Corpo-Fronteira”, portanto, partiu dessas considerações e da experiência corporificada da quarentena, imbuída pelas linhas constitutivas de vida que atravessam e ligam corpo e ambiente de uma forma emaranhada e coextensiva, pautando-se naquele como ativador participante de mediações.