PROMETEU NEGRO ACORRENTADO: DO PALCO PARA A TRANSMISSÃO ON-LINE, UM COMPARTILHAMENTO DOS DESAFIOS DO PROCESSO DE MONTAGEM DO ESPETÁCULO ANTES E APÓS A PANDEMIA

Resumo

Este artigo tem a intenção de descrever os dilemas e readequações de um espetáculo que foi produzido pra circular presencialmente, mas que devido as circunstâncias da pandemia teve que se readequar ao formato de transmissão on-line. O Projeto Homem Sankofa, Artes da Cena e Afrodescendência foi idealizado pelo autor  através dos resultados que foram obtidos com a produção do espetáculo teatral Prometeu Negro Acorrentado. O ator-autor  se inspirou através da lei 10.639, que estabelece no Brasil a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares dos ensinos fundamental e médio. Também estabelece o dia 20 de novembro como o dia da consciência negra no calendário escolar, e tem como propósito incluir a temática história e cultura afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio. O presente artigo trata de um relato de experiência a partir do processo de concepção, criação, encenação e circulação do espetáculo Prometeu Negro Acorrentado, onde. através do melodrama é encenado uma caricatura contemporânea das relações sociais contraditórias no espaço urbano. Tendo como público alvo jovens e adolescentes, o espetáculo de censura livre foi idealizado com intuito de promover divulgação científica referentes aos conceitos de segregação-sócio espacial utilizando como estratégia a linguagem teatral. O espetáculo conta a história do garoto Zé Ninguém, ele mora na periferia de uma cidadezinha qualquer e está em busca de sua primeira oportunidade de trabalho. Negro, analfabeto funcional, vive num ambiente de escassez. Sua história muda totalmente a partir do dia que encontra um livro no lixo. O tal livro mudaria os rumos de sua história para sempre.