Este resumo é uma reflexão sobre a obra poética Visagenta (vídeo), uma das dobras da pesquisa poético-acadêmica intitulada “Panôcorpo e o caminho poético da atriz”, realizada junto ao curso de mestrado do PPGARTES/UFPA. A reflexão está focada em 2020, ano que a pandemia da Covid-19 explodiu no mundo e o trabalho se adequou ao isolamento social. Diante dessas reflexões, cuidando das plantas, de casa, dos meus bichos, da minha companheira, estudando e entrando nesse estado de trancamento, suspensão da presença, fôlego preso, meu susto levou-me a criar o experimento artístico que transformei em um vídeo, e chamei de Visagenta. Trabalho que disparou sensações, energias e que reverberam, fazendo-me sair de um estado letárgico e mover dinâmicas de superar o medo em um árduo processo de imersão delirante. Esse também é o nome com o qual minha mãe me chama quando percebe que estou assustada, com medo. A mãe diz assim: “Ó, lá vem ela com as visagices dela para cá, tu é muito visagenta!”. Nessa investigação, a troca se faz, prioritariamente, na fricção com os conceitos de linhas de fuga e fluxo, partes do pensamento rizomático de Deleuze e Guattari (1992). Para além dos pensadores da diferença, entram na ciranda dessa reflexão poética os autores Antonin Artaud, Gaston Bachelard, Iara Souza, Jean Chevalier e Alain Gheerbrant.