A presença cênica e a “estética da existência”.

Resumo

Esta comunicação tem como objetivo compartilhar uma parte de nossa pesquisa de doutoramento que ainda se encontra em andamento. Para tanto, visamos analisar uma possível estética da existência do ator/atriz a partir dos seus próprios estímulos naturais, tentando, para isto, distanciá-lo(a) dos poderes e saberes que o(a) aprisiona. Essa discussão desenvolve-se através de uma investigação tendo como aporte metodológico a observação e análise dos últimos 20 anos de pesquisa do ator-pesquisador Carlos Simioni (LUME Teatro) mediante, especialmente, a participação deste no projeto A.P.A. (Ateliê de Pesquisa do Ator) - que é promovido pelo Centro Cultural Sesc/Paraty desde 2014. A partir desse interesse a pesquisa pode debruçar-se sobre o Método do Corpo Sensível, na perspectiva de Simioni, por meio da sistematização de uma série de práticas para o trabalho do(a) ator/atriz e, assim, vislumbrar possibilidades de diálogo com a estética da existência. Na perspectiva teórica temos como principal interlocutor FOUCAULT (2019) no que concerne aos estudos ontológicos da alma, reduzindo a presença humana à economia austera das evacuações orgânicas. Diante das observações feitas até aqui, apresentamos conclusões parciais que nos levam a crer na possibilidade de o treinamento do ator servir como “trampolim” para uma criação-em-liberdade.  Palavras Chaves: Estética de Existência; Método do Corpo Sensível; Carlos Simioni; presença cênica