As máscaras caíram! ...sobre encontros, relações e estados vulneráveis (caminhos que se cruzam).
Palavras-chave:
Máscara, Formação, VulnerabilidadeResumo
Essa brincadeira envolve dois amigos/colegas/parceiros de faculdade/grupo/vida que se reencontram na Universidade Estadual de Campinas, cada qual em sua pesquisa de pós-graduação, cada qual em seu instituto, cada qual com seu nariz vermelho. Dessa trombada sísmica surge o desejo de refletir sobre possíveis procedimentos de formação e utilização de Máscara, entendendo que tal conceito possui extrema amplitude e se conforma por lugares plurais e dicotômicos. Com esta perspectiva podemos pontuar procedimentos consonantes às distintas áreas de saber, dentre elas: práticas anteriores ao uso da máscara, encontro com a máscara e o jogo. Decidimos discorrer nesse encontro, especificamente sobre o primeiro ponto citado, compreendendo-o como processo de sensibilização do indivíduo, sua relacionalidade no coletivo, e a percepção do contexto em jogo. Esses três elementos nos ajudam a compreender um espaço comum do uso de máscaras que nomearemos de situação de vulnerabilidade. Um ditado conhecido entre os artistas mascarados, diferente do senso comum, afirma que a máscara não oculta a imagem/personalidade do indivíduo, e sim, revela sua verdade nua e crua, tanto psicológica quanto física. Aceitar a exposição assim como o fracasso enquanto potência, viabiliza as experiências formadoras, garantindo confiança do indivíduo no enfrentamento de travas sociais, afetando o desenvolvimento do jogo. Esta reflexão se ancora nas perspectivas investigativas que se desenvolvem a partir das pesquisas dos autores. Este é um convite para retirarmos as máscaras e adentrarmos em uma brincadeira ¨muito séria¨ de dar risadas de nós mesmos.Referências
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