Teatro não visual, Prática como pesquisa, Escritura cênica, Teatro cego
Resumo
RESUMONo segundo semestre de 2019, como finalização das minhas atividades de Iniciação Científica, conduzi, durante três meses, um grupo de estudos sobre teatro não visual, com estudantes de Artes Cênicas e Música da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Inspirados nos grupos de teatro cego, cujos atores – alguns com, outros sem deficiência visual – apagam as luzes para contar uma história, nosso objetivo central era descobrir possibilidades de escritura cênica com signos sonoros, olfativos, táteis e gustativos. Para isso, encenamos “Os irmãos Dagobé”, com base no conto homônimo de João Guimarães Rosa, numa peça praticamente sem imagens visuais. Este artigo se propõe a expor como foi esse processo criativo, as descobertas feitas, os desafios encontrados e, sobretudo, as possibilidades que ficaram a explorar.Palavras-chave: Teatro não visual. Prática como pesquisa. Escritura cênica. Teatro cego. ABSTRACTIn the second semester of 2019, as conclusion of the activities from my undergraduate research project, I conducted, for three months, a study group on non-visual theater, with Performing Arts and Music students from Unicamp (University of Campinas). Inspired by groups of blind theater, whose actors – some with, some without visual impairment – turn out the lights to tell a story, our main objective was to uncover possibilities of stage writing with aural, olfactory, tactile and gustatory signs. For that end, we staged "The Brothers Dagobé", based on the homonymous short story by João Guimarães Rosa, in a play with practically no visual images. This article intends to detail how this creative process was developed, the discoveries made, the challenges faced and, above all, the possibilities left to explore.Keywords: Non-visual theater. Practice as research. Stage writing. Blind theater.
Biografia do Autor
Victor Sousa
Graduado em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Victor é ator, diretor e produtor cultural. É pesquisador da linguagem cênica do teatro cego.Em 2016, foi contemplado pela 6ª edição do Programa Aluno-Artista pelo projeto História de Pescadores.Em 2016, fez parte da equipe de produção do FEVERESTIVAL. Entre 2016 e 2018, realizou cursos de produção cultural no LUME Teatro e na SIM! Cultura. Em 2016, fez residência na área de produção cultural no LUME Teatro. Entre 2018 e 2019, produziu os eventos Caminhos com Mestres. Desde 2019 faz parte do coletivo de produção VAIVÊ Realizações, em que trabalha como coordenador de produção.Entre 2016 e 2019 atuou em espetáculos com direção de Roberto Mallet, Verônica Fabrini e Mario Santana. Em 2018, foi assistente de direção de Isa Kopelman na peça "O coração dos homens sangra como as mulheres".Em 2019, realizou pesquisa de Iniciação Científica sobre a temática do teatro cego, com orientação da Profa. Dra. Gina María Monge Aguilar e financiamento da FAPESP. A pesquisa resultou na peça "Os irmãos Dagobé", em que esteve nos papéis de direção, dramaturgia e direção de produção, com apresentações públicas em 2019, sob a forma de aberturas de processo.