RESUMOEste texto trata da experiência de práticas artísticas dentro de um estabelecimento prisional em Portugal, pavilhão feminino. Desenvolvido a convite da Cruz Vermelha Portuguesa, trata-se de um projeto de formação às reclusas, preventivas, onde foi aplicada uma pedagogia voltada aos trabalhos coletivos, estes enquanto uma aprendizagem de convivência em grupo. Ou ainda, como trabalhar os modos de se organizar na coletividade. Um trabalho realizado a partir de práticas de jogos e improvisação, mas também com música por ser um lugar que faz o corpo vibrar e promove transformações energéticas. Conhecendo o sistema prisional percebemos uma baixa energética, e vemos que é um canal para expandir a qualidade de energia das reclusas. A partir de uma escuta ampliada, trabalhamos com o uso de bastões e bolas de energia imaginária para despertar o corpo. Foram mais de 300 horas em um período de 9 meses culminando com a montagem de um ‘acontecimento’ atrás das grades. Instaurar uma alteração no modus operandi do sistema carcerário pode ser um modo de refletir práticas importantes para operar com re-existência.Palavras-chave: Prisão. Energia. Brincar. Afetar-se. ABSTRACTThis text deals with the experience of artistic practices within a prisional institution, women hall, in Portugal, by invitation of the Portuguese Red Cross. It concerns to a training project for, preventive, inmates where a pedagogy aimed at collective work was applied, as a group learning experience. Or yet, how to work and organize in a collective. Routines were carried out from games and improvisation practices, and also from music, as it is a place that makes the body vibrate while promoting energy transformations. Acknowledging the prison system, we have perceived a low energy level, and we saw it as a channel to expand the energy quality of the inmates. From an extended listening basis, we have used sticks and imaginary energy balls to awaken the body. After more than 300 hours, over a period of 9 months, the process culminated in the setting up of an ‘event’ behind bars. Introducing a change in the modus operandi of the prison system can be a way to reflect upon important practices to operate re-existence.Keywords: Prison. Energy. Play. Affect.