Um exercício épico-dialético para uma crítica social em Tempo de Espera (1975).

Autores

  • Gilberto dos Santos Martins Universidade Federal do Pará Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

Palavras-chave:

Dramaturgia, Crítica social, Teatro maranhense

Resumo

Este artigo objetiva realizar um exame em um dos mais originais textos teatrais da segunda metade do século XX no teatro feito no Maranhão, Tempo de Espera. Esta reflexão enfoca a análise da estrutura do roteiro que se destacou no teatro brasileiro e seus elementos de crítica social perpassando pela perspectiva épica e dialética proposta pelo autor no texto.  Escrito pelo dramaturgo maranhense Aldo Leite (1941-2016) em 1975, o roteiro Tempo de Espera ficou mais conhecido pela sua encenação ao longo dessa década. O impacto que essa encenação causou nos espectadores brasileiros e estrangeiros contribuiu para percepção desse fenômeno somente pela ótica da encenação realizada pelo próprio Aldo Leite, através do Grupo Mutirão, deixando em segundo plano as potencialidades do texto/roteiro que se desvia de uma escrita clássica dramática convencional. Partindo da materialidade do texto, busca-se aqui discutir os elementos epicizantes da obra e como ela está interligada às discussões sociais contemporâneas à sua criaçãoPalavras-chave: Dramaturgia; Crítica social, Teatro maranhense

Biografia do Autor

Gilberto dos Santos Martins, Universidade Federal do Pará Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

Professor de Teatro, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA); Ator e pesquisador do Núcleo de Pesquisas Teatrais Rascunho.

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Publicado

30-05-2020

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