Mais do mesmo ou mais do diferente? Reflexões sobre a apreciação em dança na contemporaneidade

Autores

  • Helena Thofehrn Lessa Universidade Federal de Pelotas
  • Débora Souto Allemand Professora Substituta no Curso de Dança - Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas. Mestra em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas.

Resumo

RESUMO O presente trabalho busca refletir sobre a condição do espectador de dança na contemporaneidade, relacionando-a com novas proposições de artistas pós-modernos e com achados relacionados a aspectos sensório-motores que influenciam a apreciação. Para tais reflexões foram estudados autores como Calvo-Merino (2010), Rancière (2012), Silva (2005), Louppe (2012) e Rocha (2016). A interação cinestésica buscada pelos artistas pós-modernos é hoje explicada por meio da ativação dos neurônios-espelho, estruturas ativadas tanto na observação quanto na ação da dança, as quais apontam que ao assistir dança mapeamos os movimentos do outro sobre nossas próprias representações motoras. A intensidade de ativação desses neurônios é maior quando o espectador possui experiência motora e/ou visual em relação ao que está sendo apreciado, sendo a familiaridade com os movimentos dançados também associada a maior empatia cinestésica por parte do espectador. Acredita-se que quanto mais do “diferente” o espectador apreciar em dança, mais ampla será sua emancipação, maior será a formação de público e melhor será o engajamento do espectador com a dança.Palavras-chave: Dança. Espectador. Neurônios-espelho. Pós-modernismo. ABSTRACT This paper aims to reflect about the dance spectator’s role in the contemporaneity, relating it with postmodern artists’ propositions and with findings related to sensory-motor aspects that influence appreciation. The main authors used for such reflections were Calvo-Merino (2010), Rancière (2012), Silva (2005), Louppe (2012) and Rocha (2016). The kinesthetic interaction sought by postmodern artists is now explained through the activation of mirror neurons, structures activated both in the observation and action of dance that showed that by watching dance we map the movements of the other on our own motor representations. The intensity of activation of these neurons is greater when the spectator has motor and/or visual experience in relation to what is being appreciated, and familiarity with the danced movements is also associated with greater kinesthetic empathy on the part of the spectator. We believe that the more of the "different" the spectator watches in dance, the broader their emancipation, the greater the audience formation and the better the viewer's engagement with dance. Keywords: Dance. Spectator. Mirror neurons. Postmodernism.

Biografia do Autor

Helena Thofehrn Lessa, Universidade Federal de Pelotas

Professora Substituta no Curso de Dança - Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Física na Universidade Federal de Pelotas.

Downloads

Publicado

10-05-2018

Edição

Seção

Textos Completos